Já estou um pouquito melhor, de cama ainda, mas em franca recuperação.
Este tratamento foi muito atribulado. No dia em que o fui fazer, as minhas análises tinham desaparecido (24 h depois de terem sido feitas). Saber o resultado das análises é vital, sem ele não se podem ministrar os quimicos. Temos de ter a certeza que os valores estão bem, se não o tratamento tem de ser adiado. Mas existir um desaparecimento de análises é coisa rara, raríssima, aliás!!! Explicação: o Hospital de Santa Maria está a implementar um novo sistema de recolha de sangue para análise.
Em vez de ser com a tradicional agulha e seringa, agora é com a agulha enroscada directamente no tubo de ensaio. Mais seguro, é certo, uma vez que evita a possível contaminação de amostras, mas cada vez que muda o tubo, desenrosca-se a agulha (que fica espetada no braço) e volta-se a enroscar novo tubo. Agora imaginem a quantidade de enrosca e desenrosca!!!!
É muito mais doloroso. O meu bracito ficou dormente e claro a nódoa negra da praxe na veia!!! Com o novo sistema vem também um novo modo de processamento das amostras. Nesta novidade toda, as minhas análises ficaram em parte incerta.
Depois de algum tempo de espera, encontrou-se uma solução - tirar sangue outra vez. E lá veio mais uma picadela!!! Três horas depois, nova picadela, desta vez para fazer o tratamento.
A indução da quimio demora cerca de duas horas, mas desta vez até passou depressa, pois encontrei lá uma companheira dos tempos da cirurgia. Ainda me ri um bom bocado, quando ela disse : " Estás mais gordinha, foi de comeres a comidinha toda enquanto estiveste internada, não foi?" - hehehehe - é verdade, comi sempre tudo (ás vezes ainda me pergunto como, mas a verdade é que comi). Toda a gente ficava admirada, e eu dizia: "Vou comer tudo, sempre, porque assim recupero mais depressa e vou-me embora para casa rapidamente". Só posso dizer que resultou. No segundo dia de internamento já houve ordem para me serem retirados os soros. As análises já indicavam níveis razoáveis e oito dias depois estava com alta.
É curioso, sabem, todas as doentes, auxiliares, administrativos (as), enfermeiros (as), sempre me acarinharam no internamento. Diziam que eu era uma valente e que o meu esforço por melhorar e estar sempre bem disposta, a rir e a brincar, era um exemplo positivo para as outras doentes. Eu acho que era a vontade de viver , que se renova em cada tratamento, mesmo quando são mauzinhos, como este.
O meu nariz, desde o primeiro dia que está sempre a sangrar, o que que faz com que esteja mais débil e desta vez para além das dores ósseas e musculares tive vómitos e uma diarreia que teima em ficar. Mas nada de alarmes, está a ser controlada para que a febre não se faça sentir.
Haja comprimidos, que a malta aguenta!!!
Também tem ajudado muito as vossas mensagens. Todos os dias reúno forças para ligar o computador, nem que seja por breves minutos para as ver. São maravilhosas, vocês são fantásticos, volto sempre para a caminha muito mais forte.
Lá para segunda- feira já estou como nova. Um bom fim-de-semana para todos vós, queridos seres de luz. Obrigado por lutarem comigo.
Beijos e orações